Projeto Redação 2010 Folha Dirigida

A Copa do Mundo de 2010 na África do Sul foi a inspiração para os alunos do Instituto de Aplicação Fernando da Silveira CAp-Uerj que participaram do Projeto Redação 2010. Os estudantes do ensino fundamental e médio prepararam seus textos a partir dos temas "Áfricas" e "A importância do esporte para a construção da cidadania".

O concurso é uma iniciativa do grupo FOLHA DIRIGIDA, em parceria com as escolas e redes de ensino participantes e que conta com o apoio institucional da Fundação da Biblioteca Nacional. Os alunos selecionados para o livro da escola comentaram a sensação de ter o seu trabalho reconhecido.

A estudante do 6° ano do ensino fundamental Lívia dos Santos lembrou que foi preciso muita dedicação para realizar o seu texto. "Foi muito interessante participar do projeto. No início, eu encontrei um pouco de dificuldade para fazer a redação porque não estava muito habituada ao tema, mas com o tempo eu consegui fazer um bom texto", afirma a jovem de 13 anos.

Para Ivens Mendonça, 13 anos, aluno do 7° ano do ensino fundamental, foi uma grande surpresa saber que teve o seu texto selecionado, já que ele não tinha grandes expectativas. "Eu fiz este texto muito rápido, quando estava no ônibus, demorou uns 5 minutos para ficar pronto. Acredito que o fato de gostar de esportes desde pequeno tenha me ajudado na hora de fazer a redação", disse.

Ser selecionado para um projeto que busca revelar novos talentos, além de estimular a escrita e a leitura, pode ajudar também na auto-estima dos alunos. Um exemplo disto é o estudante Felipe Franscisco Peixoto, de 14 anos e que atualmente cursa o 9 ° ano do ensino fundamental. "Foi uma ótima surpresa saber que o meu texto foi escolhido. Eu não gostava muito de Português, mas depois disso, vou passar a ler e a escrever mais", conta.

Publicação dos textos motivou os estudantes

No Projeto Redação, realizado desde 2001, cada escola participante publica um livro com as redações que seleciona a partir de seus próprios critérios. Para os alunos que tiveram o seu texto escolhido, saber que a sua texto será publicado é algo emocionante.

A estudante Marina Leis, de 14 anos, afirma que está muito feliz com a possibilidade de várias pessoas poderem ter acesso ao seu texto. A estudante do 9° ano do ensino fundamental ainda diz que o apoio que recebeu dos professores e dos pais foi fundamental. "No início foi um pouco difícil porque eu prefiro fazer redação de tema livre, demorei um tempo para achar um tom certo, mas, com o incentivo dos meus pais e professores, eu consegui", afirma.

Com apenas 11 anos, Júlia Magno, estudante do 6° ano do ensino fundamental, teve o seu texto selecionado pela primeira vez para o Projeto Redação. Ela comenta que ter sua redação publicada  pode motivá-la a se interessar ainda mais pelo mundo da leitura e da escrita. "Acho que isso vai me ajudar a ler mais e a participar de outros concursos de redação", analisa.

O aluno do 7° ano do ensino fundamental Gabriel Calhau ficou surpreso com a seleção do seu texto. O estudante, que já foi selecionado em outras edições, diz que ele não é o único orgulhoso com a ideia de ter as suas ideias na coletânea da escola. "Os meus familiares também ficaram muito felizes com o resultado, eles gostam de saber que estou indo bem na escola", finalizou o jovem de 13 anos.

Alunos tiveram apoio de orientadores

Uma característica da realização do Projeto Redação 2010 no Instituto de Aplicação Fernando da Silveira CAp-Uerj foi o fato dos alunos terem autonomia para decidir qual seria o foco da sua redação. Além disto, os estudantes puderam escolher um professor para ser o seu orientador na construção do texto.

Segundo a professora e orientadora do Projeto Redação no CAp-Uerj, Marta Caram, esta linha de trabalho está ligada a filosofia da escola. "A ideia é que todos participem do concurso, mas focados no tema. O nosso bjetivo é incluir o Projeto Redação no nosso trabalho", afirma.

Os professores trabalharam os temas propostos dentro das suas isciplinas. Marta Caram, que também é professora de Língua Inglesa,  conta como relacionou o tema esporte com a sua matéria. "Eu peguei alguns pontos de esporte e trabalhei com os alunos. Trabalhei com eles a diferença entre soccer e footbal, discuti com eles também a importância da Copa do Mundo, quais são os termos que a FIFA usa, essas coisas", disse.

Os alunos fizeram as redações em dupla. Primeiramente, eles fizeram os textos, que foram realizados em algumas etapas e, somente depois, eles ficaram sabendo que se tratava do Projeto Redação. Após uma orientação, os professores devolveram as redações para que os alunos pudessem revisar os seus textos. Após esta segunda versão é que foram selecionadas as redações. Segundo a professora Marta Caram, a escolha dos trabalhos levou em consideração se os alunos atenderam ao tema proposto e a utilização correta das normas de Língua Portuguesa.

Projeto faz parte da proposta pedagógica

Segundo Miguel Tavares Mathias, diretor do Instituto de Aplicação Fernando da Silveira (CAp-Uerj), o Projeto Redação veio somar com a proposta pedagógica da escola. Para ele, quando o Projeto Redação foi aceito no CAp-Uerj, em 2004, o que os professores perceberam foi a possibilidade de formalizar uma linha de ação do uso da língua num projeto que tem valor próprio, diferenciado. "O que nos atraiu foi a ideia de um livro que poderia ser guardado, institucionalizado e que faz parte da memória da nossa instituição", declara o diretor, ressaltandoque o tema deste ano gerou uma discussão muito forte entre os professores que abordaram desde a estrutura até a temática do trabalho.

Uma outra questão levantada pelo professor Miguel Tavares Mathias foi o fato de o Projeto Redação estar inserido na linha de trabalho adotada pela escola. "Nós não paramos um dia para realizar as redações. Aqui no Cap-Uerj, o concurso faz parte do nosso projeto pedagógico.

A partir deste ano, os professores também participam do Projeto Redação no CAp-Uerj realizando textos. Eles escreveram sobre como desenvolveram o texto com os alunos. Para o diretor Miguel Tavares esta experiência atinge também os alunos de licenciatura da Uerj que estagiam na escola. "Quando se propõe os caminhos didáticos dessa produção, ela passa a ter uma função e, além disto, serve para a formação dos estudantes de Licenciatura que recebemos aqui", concluiu o diretor.