Minha primeira lembrança de vida é a bola
O vento bate, eu corro e ela rola, rola, rola...
Dada pelo meu pai, a bola bem colorida
Brinca comigo e assina minha vida...
Meus amigos me ensinaram a jogar
Um esporte que eu amava praticar
Uma bola branca e preta, com certeza,
Eu dominava com a maior destreza
Via o campo... Que encanto!
Olhava a torcida querida
Abraçava firme meu time
Redonda face, a do meu planeta
Um dia, nem sabia o porquê
A trave começou a escurecer
O tom verde da grama foi se perdendo
E a forma das pessoas foi desaparecendo...
Perdi minha razão de viver
Como, sem olhos, ver?
O que eu poderia fazer?
Como o mundo reconhecer?
Desistir? Um não eu ouvi da minha família
Construir? Uma nova escola aparecia
Minha fita rebobinava
Minha partida recomeçava
Como recuperar as coisas que me deixavam feliz?
Encontrei amigos diferentes, mas iguais a mim
A forma passou a vir pelo pé e pela mão
As cores, com fantasia, pela audição...
Voltamos à bola:
Graças a um guizo, um sorriso
A orelha no lugar do olhar
Assim, o futebol voltei a praticar
Sem visão, com coração
Esta “falha” me deu medalha
Em vez da cama, a fama
Em vez da “morte”, a sorte de ter... O esporte!Caroline Felix - 72
Aguardo a postagem das outras duas poesias da minha filha, 1 com linguagem visual e outra sobre a Língua Portuguesa. Dou meus parabéns a todos os alunos que enriquecem, dia a dia, este blog. Mas não posso deixar de dizer que sou o fã número 1 desta menina, agora com trejeitos aborrecentes, mas sincera, espevitada, sem muito tato, criativa, simpática, feliz, competente, inteligente,linda, menos estudiosa do que eu gostaria e, acima de tudo, de bem com a vida. Ela é autora desta linda poesia e de outros textos em prosa que ela fez menorzinha, ainda sob o olhar infantil, mas cheios de ação e reviravolta. Seu nome? Caroline Felix,a número 1 para este pai babão...
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